A inteligência artificial e a espiritualidade | Ensinando de Sião

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A inteligência artificial e a espiritualidade

Na medida em que a humanidade evolui velozmente na tecnologia da informação e robotização, sobretudo através da inteligência artificial, mais dependente se tornará o gênero humano de softwares regidos por algoritmos, aplicativos e por uma infinidade de chips. Trata-se da globalização visando ao futuro, para unir o mundo horizontalmente, de forma a facilitar a vida de todos. Há também a união no aspecto vertical; entretanto, o homem se tornará melhor e mais tolerante quanto à diversidade de crenças, de culturas e de tradições dos povos? Estará o homem mais voltado para a espiritualidade e conectado à imagem e à semelhança de quem ele fora criado? Não tenho certeza! A impressão que se tem é de que o volume de informação diária está impregnando a mente humana, ocupando os espaços de sua memória de modo automático, afastando-o de sua capacidade crítica de pensar, discernir, interpretar e decidir. Nesse contexto, percebe-se que o ser humano está limitando sua vida de forma mais individualista e materialista, porém menos intuitivo, pobre comunhão e, por conseguinte, maior dificuldade de estabelecer relacionamento com os seus semelhantes. Os neurônios estão enrijecendo pela quantidade de dados que diariamente chegam através das redes sociais. Tal dependência se agrava ainda mais para aqueles que trabalham com smartphones, tablets, laptops e computadores. Está travada, então, uma batalha entre o pensar, refletir/interpretar e decidir em contraponto às respostas prontas e superficiais encontradas nos sites de busca, bem como nas redes sociais. Some-se a isso os nefastos efeitos das fake News, que negam o saber científico e tentam criar narrativas sem qualquer respaldo na realidade que nos cerca. 

    Hodiernamente vivencia-se o tempo registrado pelo profeta Daniel: – “Naquele tempo se levantará Miguel, o grande príncipe, que se levanta a favor dos filhos do teu povo; e haverá um tempo de tribulação, qual nunca houve, desde que existiu nação até aquele tempo; mas naquele tempo livrar-se-á o teu povo, todo aquele for achado inscrito no livro. E muitos dos que formem no pó da terra, ressuscitarão, uns para a vida eterna e outros para a vergonha e desprezo eterno…Tu, porém, Daniel, cerra as palavras e sela o livro, até o fim do tempo; muitos correrão de uma parte para outra, e a ciência multiplicará.” (Daniel 12:1,2 e 4).

Pelos acontecimentos hodiernos, sabemos que já estamos no período predito por Yeshua, o “início das dores”, registrado em Mateus 24. O texto de Daniel esclarece que período da tribulação é inevitável no fim dos tempos. Pessoalmente creio que a Igreja, constituída pela família de D´us, ou seja, judeus e gentios enxertados na “oliveira” de Romanos 11, estará presente nesses dias de tribulação até que aconteça o toque da última trombeta, conforme mencionam as Escrituras, referindo-se à vinda de Yeshua sobre as nuvens, quando os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro e os que estiverem vivos terão seus corpos transformados (ICo15:51 e I Te 4:13). Por conseguinte, o livro de Apocalipse registra solenemente o sétimo toque da trombeta, encerrando, assim, o período dos sete Selos e das sete Trombetas. Creio, que neste momento, os vencedores se encontrarão com Yeshua e serão derramadas sobre a terra as sete Taças da Ira de D´us, julgando os ímpios para a vergonha e o desprezo eterno como dito por Daniel. Obviamente, não sabemos quanto tempo decorrerá entre o encontro da Igreja vitoriosa com o Senhor e o derramar das Taças da Ira. Acredito que tudo será muito rápido, talvez o tempo suficiente para acontecer a celebração das Bodas do Cordeiro entre Yeshua e sua noiva, a igreja vitoriosa, quando, então, Ele regressará já desposado para julgar e derrotar o anticristo e todo o seu sistema do mal, iniciando, assim, o Reino milenar do Rei dos reis.

    Para muitos, tal crença soa como uma história infantil criada pelo homem. Mas, para aqueles que creem na Bíblia, como livro de fé e prática, a palavra revelada pelo próprio Espírito de D´us, tal dia predito por tantos profetas e pelo próprio Yeshua será iminente e real. Paulo já nos adverte que tudo isto para o mundo é loucura (ICo2:14).

    Não é difícil perceber que a humanidade caminha para a consolidação de um governo global que ditará ordens e diretrizes ao mundo. Tal governo se valerá, cada vez mais, da inteligência artificial (IA), que já se faz presente na vida de todo ser humano vinculado com a tecnologia e informática. A IA, por meio de algoritmos e aplicativos, já se destaca, de modo espantoso, na biotecnologia, na nanotecnologia e, principalmente, na bioengenharia. Daqui a pouco, com uma simples gota de sangue, um aparelhinho (tipo aquele que mede a glicose), dará informações precisas tão quanto um completo exame de sangue, incluindo, por exemplo, o hemograma, lipidograma, além de indicar os elementos essenciais para o controle do sódio, potássio, fósforo, magnésio, ferro, lítio e de tantos outros marcadores. Além disso, conectará as informações desta gotinha de sangue aos grandes computadores que poderão analisar até mesmo a genética do homem, para permitir diagnóstico futuro das possíveis doenças. A IA alcançará também a área emocional e até mesmo a espiritual do ser humano. Hoje as grandes Big Techs já dominam o mercado no campo da informação. Elas coletam infinidade de dados, através dos inúmeros aplicativos das redes sociais, os perfis e preferências de seus usuários. Tais bancos de dados fornecerão, num futuro próximo, todo tipo de informação a respeito do usuário, tais como tipo preferido de música, de literatura, de hobbies e passatempos, alimentos e pratos prediletos, locais de interesse e rotas de acesso, sugestionando até mesmo novos amigos com os quais o usuário terá maior afinidade. Portanto, podemos afirmar que as redes sociais já estão dominando as pessoas. A maioria delas não consegue viver sem um smartphone nas mãos, quer em casa, quer na rua, no escritório, num consultório médico, na escola, no trânsito, num restaurante e até em momentos de lazer, por exemplo. Hoje, considerável contingente de pessoas, já se tornou dependente da IA, cujo vício se equipara às drogas e álcool, o cigarro ou de outras substâncias entorpecentes. A quantidade de informações assimiladas pelas Big Techs acerca das preferências pessoais, inclusive financeiras como as aplicações feitas em Bolsa de Valores, movimentação bancária, declaração do imposto de renda, plano de saúde, cursos feitos, cardápios preferidos, tipo de vestuário, perfumaria e cosméticos de nossas preferências já são do conhecimento dessas grandes bilionárias empresas que se alimentam diariamente dos exabytes, petabytes, terabytes e gigabytes de seus usuários.

    Todas essas informações são analisadas e processadas pelas potentes Big Techs serão utilizadas para o controle mundial escatológico. Penso que o grande mal é que todo esse controle mundial estará sob a égide da liberdade e da paz, entretanto muito afastado de D´us e dos princípios bíblicos. Muitos já consideram a Bíblia como um livro ultrapassado, recheado de lendas e dogmas criados pelas religiões dos homens. Antevendo o futuro, o Apóstolo Paulo nos adverte de que um dos sinais dos tempos finais seria a própria apostasia, ou seja, o crente perderá sua fé e sua crença no Messias e no seu reino vindouro (II Te2:3).

    Eu denomino esse tempo como a “Era da ditadura digital”, pois muitos terão suas mentes escravizadas pela cibernética e pelos multiaplicativos. Evidentemente, ninguém pode negar os benefícios que a IA tem trazido à humanidade. Não podemos ser contrários à tecnologia da informação. Porém, é necessário alertar que ninguém deve ser dominado por ela. Não se pode permitir que a convivência com o meio tecnológico esmoreça a nossa fé, a esperança de um mundo profético vindouro melhor e mais justo. Afinal, o que mais importa é a salvação no Messias Yeshua e a eternidade com Ele.

    Estar demasiadamente absorvido pelo manuseio de aplicativos e pela tecnologia do automatismo que nos cerca não pode, de modo algum, comprometer a fé ou produzir esfriamento e esgotamento espiritual. Não se pode perder de vista a noção de que os computadores e robôs são seres mecânicos e inanimados, sem alma e sem espírito. Máquinas não podem limitar a capacidade humana de pensar, observar, discernir, aprender e de decidir sobre a nossa própria vida. O livre-arbítrio pertence ao homem e, através das boas escolhas, o conduzirá seguramente nas trilhas do deserto deste mundo. A IA tentará sugestionar visando influenciar os pensamentos e decisões, de maneira a assumir todo o controle da vida humana. Aí mora o perigo da ditadura digital e do controle mundial.

    É preciso estar atento e discernir tudo aquilo que nos chega para que possamos ser livres do mal. É preciso manter (e proteger) a nossa fé e a nossa mente do excesso de informação superficial, tendenciosa e sugestionada pela IA. Até mesmo a pandemia devastadora do coronavírus, o covid-19, está contribuindo para essa união horizontal, pois vê-se o nacionalismo diminuindo em prol da globalização, no qual todos trabalham e cooperam para o bem comum, sobretudo na pesquisa de vacinas. Tal esforço é plenamente válido e justificável, mas não se pode obscurecer nossas vistas quanto ao juízo de D´us que virá sobre à iniquidade do mundo.

    Não tenho tempo aqui para continuar a refletir sob o prisma que D´us continua no controle absoluto de todas as coisas que acontecem no mundo, porém você pode perguntar: por que o planeta Terra está assolado por mais essa peste maldita? Qual o futuro da humanidade? Qual seria o propósito de tudo isto? Ou, seria tudo uma consequência de uma mera ambição comercial do ser humano que cria o mal para depois vender a solução? E se tal afirmativa fosse verdadeira, onde estaria o controle e a interferência de D´us em permitir a propagação desta pandemia que tem gerado enriquecimento exacerbado da indústria farmacêutica e de novos bilionários a cada dia?

    ” E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de D´us,” diz o apóstolo Paulo (Rm12:2).

    Portanto, a proposta deste artigo é valer-se da IA para o nosso crescimento espiritual e afirmo que quase nada tem-se feito até agora. Então, como e o que fazer para que isto aconteça? É possível criar aplicativos como o da “Bíblia Falada” para nos ajudar e nos guardar do mal sistema do mundo? Claro que sim! Podemos desenvolver algoritmos, equações, aplicativos que contenham a Palavra de D´us de tal forma que possamos nos valer dela diariamente. O que a IA pode contribuir para uma imunidade frente ao pecado e à iniquidade do mundo? Por exemplo, um aplicativo que analisa minhas atitudes e meu comportamento frente às coisas do mundo que venham abalar a minha fé, pode ser desenvolvido. 

    Se a dependência das redes sociais pode gerar ansiedade, irritabilidade, atitudes violentas, quebra de vínculos sociais e familiares, baixa estima, depressão, nervosismo, histeria, tendência ao isolamento e até mesmo ao suicídio, por que não criar se aplicativos que venham neutralizar esses males, para nos capacitar e nos tornar mais maduros para enfrentar perdas e derrotas? 

Por que não criar aplicativos tendo a Bíblia como um vasto banco de dados? Por que não espalhar nas redes sociais a Palavra abençoadora de D´us?  A Bíblia é uma fonte de sabedoria inesgotável, um verdadeiro manual do “fabricante”, que nos ensina a viver em conexão permanente e eterna com o Criador.

Urge, portanto, que surjam seguidores de Yeshua, cheios do Espírito de D´us que usem suas mentes criativas para extraírem o melhor que a IA pode oferecer à humanidade.

Saiba mais sobre o assunto no vídeo acima

Autor:

Rabino messiânico ordenado pelo Netivyah Bible Instruction Ministry – Jerusalem-Israel. Fundador do Ministério Ensinando de Sião e da Congregação Har Tzion em Belo Horizonte.

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