Referendo do dia 23 de outubro de 2005 | Ensinando de Sião

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Referendo do dia 23 de outubro de 2005

“O comércio de armas de fogo e munição dever ser proibido no Brasil? “

Primeiramente, meu comentário é de um simples cidadão brasileiro e não representa, portanto, a opinião das entidades e associações que represento, faço parte ou dirijo.
Segundo, a pergunta é mal formulada e perspicaz, pois, leva o cidadão comum a associar as palavras “armas e munição” com “proibição”. Isto quase que induz uma pessoa a responder imediatamente que é a favor. Creio, que seria mais oportuno debater a questão em profundidade com segmentos da sociedade do que simplesmente jogar para o público laico, em sua maioria, a responsabilidade de uma decisão de um simples voto de “sim” ou “não” sem considerar uma análise profunda e responsável.

O que deveria ser pensado é: – como podemos diminuir a criminalidade no Brasil? Colocar perguntas que exijam uma solução governamental, política e tecno-social ou até mesmo, a criação de um amplo Projeto-Lei específico nas mãos do povo, para mim é uma insensatez.

Claro que há uma correlação entre o comércio de armas e o alto índice de criminalidade em qualquer lugar do mundo. Mas, isto não significa que eliminando o comércio de armas ou munição haverá, necessariamente, uma diminuição da criminalidade. Creio que podemos enumerar vários tópicos pelos quais o índice de criminalidade poderia ser reduzido, como:

– melhoria e diminuição da pobreza e miséria humana daqueles que sobrevivem sem moradia e sem emprego;
– aumento do número de escolas públicas de qualidade;
– melhoria do ineficaz e vergonhoso sistema de saúde brasileiro;
– combate à corrupção existente praticamente em todos os órgãos públicos, destacando, principalmente, a ineficiência do sistema de segurança no país, quer pelo reduzido número de policiais, quer pela falta de qualidade e rapidez no combate à criminalidade; – – Criação de um sistema eficaz no combate do contrabando de armas de fogo e munições, o qual independente de um simples o voto de “sim ou não” continuará abastecendo bandidos e criminosos que já vivem fora da lei e sem lei;
– Criação de um sistema previdenciário justo e digno para o cidadão brasileiro;
– Reformulação no sistema presidiário por completo, desde o critério penal até a morosidade nos Tribunais brasileiros e poderíamos ainda citar tantos outros tópicos que estão relacionados com a criminalidade que carecem de atenção e rápida solução.

A Constituição Americana diz que quando o Estado não oferece a segurança necessária ao cidadão, este tem o direito de se armar e se defender.Pois, o direito pertence ao cidadão e dele não pode ser tirado. Não vejo esta lei funcionando no Brasil a curto ou médio prazo por questões de cultura, educação, desenvolvimento social, etc. Por outro lado, é ilusão pensar que permitir ao cidadão comum a posse indiscriminada de armas, sendo este cidadão normalmente despreparado e não treinado no manuseio das mesmas, isso resultasse numa conseqüente diminuição da criminalidade. Como podemos ver, entender tais perguntas e buscar soluções para elas, exigirá de todos, desde o cidadão comum até as entidades governamentais, políticas, educacionais, sociais e, principalmente, as sociedades religiosas, um trabalho forte, somando esforços de todos os lados.

Imaginem se o homem voltasse para Deus e para sua Palavra, não matando, não furtando, respeitando o próximo, etc. e além do mais, crendo no Messias redentor e Salvador que nos liberta e nos redime de todo peso e pecado, não estaríamos nós já vivendo antecipadamente num paraíso?

Oremos ao Senhor e busquemos maior entendimento sobre estas questões!

*Artigo publicado na Revista Cristã

Autor:

Rabino messiânico ordenado pelo Netivyah Bible Instruction Ministry – Jerusalem-Israel. Fundador do Ministério Ensinando de Sião e da Congregação Har Tzion em Belo Horizonte.

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