Um estado palestino? Qual o posicionamento de Israel? | Ensinando de Sião

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Um estado palestino? Qual o posicionamento de Israel?

 Por Daniel Juster

Alguns dos meus amigos acham a política de Israel muito confusa. O que o atual governo israelense quer de verdade? Complicando ainda mais a questão está a falta de unidade entre os que formam a coalisão do governo vigente. (Os membros do gabinete geralmente expressam suas preferências políticas, mesmo se não forem as políticas do Primeiro Ministro.)

À luz deste assunto difícil de se entender, mas extremamente vital, eu gostaria de compartilhar minha opinião sobre o ponto de vista israelense a respeito da Cisjordânia e a ideia de um estado palestino separado.

O que israelenses realmente pensam sobre a intenção dos palestinos

Os israelenses geralmente pensam que os palestinos não têm intenção de negociar um acordo real que asseguraria a judaicidade de Israel como estado, enquanto arranja espaço para um estado palestino. Esta é a conclusão após a rejeição palestina de duas grandes ofertas feita pelos israelenses – a primeira, no ano 2000, por Ehud Barak a Yassir Arafat; a outra, em 2008 por Ehud Olmert a Mahmoud Abbas. A maioria dos israelenses acredita que qualquer palavra de paz vinda dos palestinos é uma fraude, usada para enganar um mundo ingênuo e destruir Israel.

Então, enquanto o governo israelense palestra sobre a solução de dois estados, ele não acha de verdade que poderia funcionar. A maioria dos judeus israelenses não acreditam que os palestinos sejam um parceiro genuíno ou confiável. Duas questões esclarecem isso.

Primeiramente, os maiores assentamentos judaicos na “Cisjordânia” são cidades com 20.000 a 50.000 habitantes cada. Ao todo, 750.000 israelenses moram do “outro lado” da linha verde. A posição do Abbas em não aceitar nenhum desses assentamentos existentes marcou o fim das negociações com ele, apesar de os planos anteriores manterem os assentamentos como parte de Israel em troca de terra para os palestinos.

Em segundo lugar, a ideia do retorno de um grande número de refugiados árabes é outra condição impossível de Israel aprovar. Netanyahu pode até dizer que ele é a favor da solução de dois estados, e talvez teoricamente ele seja, se as linhas vermelhas de Israel não forem invadidas. Mas isso parece impossível agora. A recente resolução da ONU declarando todas as comunidades do outro lado da linha verde como sendo ilegais pode ter tornado isso impossível para sempre.

A estratégia de Israel?

Então, a proposta de Israel é tentar fazer negociações, mas basicamente para esperar. Pelo que Israel pode estar esperando? Uma ideia é que chegue o dia em que o mundo perceba que a Jordânia é na verdade um país palestino e que as áreas palestinas deveriam ser parte da Jordânia e as áreas judaicas, parte de Israel. Os palestinos da Cisjordânia teriam cidadania jordaniana e Gaza seria independente ou voltaria para o Egito. De fato, a Jordânia era originalmente parte do mandato palestino para os assentamentos judaicos. Hoje, a grande maioria da população da Jordânia é palestina. Então, pela lógica, o estado palestino seria a Jordânia. Mas o Rei Hussein não é palestino e reina através de uma tribo minoritária. Ele não quer mais cidadãos palestinos, por isso é a favor da criação de um estado palestino.

A tática palestina e a resposta de Israel

Abbas está procurando estabelecer um estado sem resolver as questões de segurança para Israel e sem abrir mão dos grandes assentamentos. Isso torna o jogo de espera de Israel mais difícil. Por isso a pressão de alguns para que Israel anexe os grandes assentamentos e as áreas adicionais da Cisjordânia. Tais atos unilaterais de Israel corresponderiam aos atos unilaterais do Abbas e da ONU. Por outro lado, alguns estão pressionando a coalisão do governo a ficar quieta e parar de falar em anexação. Eles querem agir em estreita cooperação com o presidente Trump, incluindo a rejeição da resolução da ONU que declarou que até o quarteirão judaico, na Cidade Velha de Jerusalém, é ilegal.

É uma confusão, e não temos outra opção a não ser esperar e ver o que irá acontecer. Enquanto isso, devemos orar fervorosamente para que haja uma intervenção divina.

Aqui estão alguns pontos de oração:

  1. Orem para que os cristãos não sejam enganados pela propaganda palestina.
  2. Orem para que o governo de Israel receba sabedoria sobrenatural para navegar pelas grandes dificuldades da atual situação.
  3. Orem para que a comunidade judaica messiânica e a comunidade árabe cristã em Israel se unam como um testemunho da verdade.

Autor:

Matheus Zandona Guimarães é descendente de Judeus com origem na Itália e em Portugal. Graduado em Comunicação Social, estudou teologia com ênfase em Estudos Judaicos nos EUA e Hebraico e Cultura Judaica em Jerusalém - Israel. É o atual presidente do Ministério Ensinando de Sião e rabino da Sinagoga Har Tzion em Belo Horizonte. É diretor internacional do Netivyah Bible Instruction Ministry (ISRAEL) e diretor regional da UMJC (Union of Messianic Jewish Congregations) - EUA. Matheus é casado com Tatiane e tem dois lindos filhos, Daniel e Benjamin. (facebook.com/mzandonna, @matheus.zandonna)

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